O futuro nĆ£o serĆ” com carros voadores, mas, sim, com dispositivos interoperĆ”veis
O futuro da mobilidade urbana Ć© invisĆvel, inclusive jĆ” estĆ” ocorrendo e vocĆŖ pode nem ter se dado conta. Como mostrado na Intertraffic AmsterdĆ£ (leia mais sobre) a conectividade estĆ” no centro de tudo, interligando sensores e cĆ¢meras, que, provavelmente, vocĆŖ nunca verĆ”. Juntamente a isso, coletando dados que irĆ£o orientar tomadas de decisƵes rĆ”pidas e eficientes.
NĆ£o Ć© exagero afirmar que podemos dividir a mobilidade urbana em antes e depois da conectividade e da Internet das Coisas (IoT). Vale destacar que a IoT Ć© uma rede de objetos fĆsicos preparados para se comunicarem entre si e com a internet. Podendo ser o semĆ”foro, um radar, uma cĆ¢mera, seu carro e atĆ© o seu celular, caso tenha um software ou sensor.
Essa conectividade em tempo real traz uma sĆ©rie de benefĆcios para os cidadĆ£os. AlĆ©m da gestĆ£o de dados feito pelos municĆpios que auxiliam no complexo gerenciamento da mobilidade urbana, facilitam o nosso dia a dia. Um bom exemplo Ć© o aplicativo Rek Pay desenvolvido pela Liquid Works. AtravĆ©s da conectividade dele com os sensores de vagas instalados em algumas cidades, o motorista consegue visualizar as vagas livres para estacionar sem perder tempo. Quem nĆ£o gosta disso?
Para se falar a verdade, o brasileiro gosta e Ć© muito mais propenso a adotar inovaƧƵes tecnolĆ³gicas em comparaĆ§Ć£o a outros paĆses. Foi o que mostrou uma pesquisa realizada pela McKinsey & Company, em sete paĆses, em 2021. AlĆ©m disso, cerca de 80% dos brasileiros afirmaram estar dispostos a trocar o carro atual por um conectado. Provavelmente, o seu prĆ³ximo veĆculo jĆ” seja assim. Outro estudo estimou que, atĆ© 2030, cerca de 95% dos automĆ³veis novos jĆ” tenham algum nĆvel de conectividade.
Atualmente, uma cidade para ser considerada inteligente precisa estar conectada. SerĆ£o os dados que ditarĆ£o as decisƵes em diversas esferas e, principalmente na mobilidade urbana. Por exemplo, no sistema de transporte urbano ela possibilita precisĆ£o de toda a operaĆ§Ć£o, otimizando recursos. Em consequĆŖncia a isso, a populaĆ§Ć£o tambĆ©m tem acesso a informaƧƵes como, horĆ”rio, tempo de viagem, entre outros.
O mesmo acontece para o motorista. Com sensores nas vias Ć© possĆvel ter acesso a pontos de retenĆ§Ć£o, possĆveis acidentes, rotas alternativas, etc. Hoje, aplicativos como o Waze auxiliam nesse sentido, mas imagine ter a possibilidade de ser informado em tempo real e com exatidĆ£o.
Os sensores e cĆ¢meras voltados para a mobilidade urbana tambĆ©m podem auxiliar em outros Ć¢mbitos, inclusive em enchentes como ocorreu recentemente no Rio Grande do Sul. Analogamente, o Rio de Janeiro sofre do mesmo problema, mas jĆ” desenvolveu um sistema utilizando o modelo de IA Gemini, da Google. A inteligĆŖncia artificial analisa as imagens de 3,5 mil cĆ¢meras e aponta ruas onde hĆ” alagamentos, ajudando o centro de controle a prevenir acidentes e avisar a populaĆ§Ć£o.
Sim, Ć© fato que a conectividade entre dispositivos ainda pode apresentar falhas de seguranƧa, principalmente em relaĆ§Ć£o a dados pessoais. E, Ć© fato que isso Ć© assunto urgente para continuarmos com os avanƧos tecnolĆ³gicos, mas nĆ£o podemos negar que nĆ£o existe mais mobilidade urbana sem isso. Diferente do que muitos imaginaram, o futuro nĆ£o serĆ” com carros voadores, mas, sim, com dispositivos interoperĆ”veis.