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Ouvir, ler, pesquisar e usar o senso crítico são as principais armas para combater isso

A primeira coisa que você pensou ao ler o título foi: “mas, eu não sou preconceituoso”. Será mesmo? Você já compartilhou o vídeo do “negão do WhatsApp”*? Ou um meme* fazendo piada com a sexualidade de alguém? Ou mesmo uma “figurinha”* sexualizando a parte do corpo de uma mulher? Se a resposta foi sim, você, infelizmente, já praticou preconceito na internet.

Não interessa se é intencional ou “apenas uma brincadeira” o preconceito é o mesmo. Inclusive, a dor de quem sofre é exatamente igual. Assim, na web vale a máxima da vida – se incomodou o outro, pare!  E incomoda. Conforme dados da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos (Safernet), em 2021, foram 6.888 denúncias anônimas de racismo. Destas, 309 páginas foram removidas. As reclamações incluem também as redes sociais como Facebook, Twitter e Tik Tok.

O poder da internet foi demostrado em 2020, tanto para o lado bom quanto o ruim. Com o lockdown e o home office, essa passou a ser a principal ferramenta de comunicação entre as pessoas. E, infelizmente, a principal ferramenta para o discurso de ódio. Dessa forma, só nesse ano foram 10.684 denúncias anônimas apenas de racismo e 2.574 páginas removidas. Além disso, denúncias sobre neonazismo cresceram 60,7% em 2021, segundo a Central. Foram 14.476 denúncias anônimas.

Denuncie o preconceito na internet

A ideia de fazer justiça com as próprias mãos ganhou força na internet com o fenômeno do cancelamento. Basicamente, é o mesmo que na Idade Média queimar uma mulher em praça pública por ela ser bruxa. Ou seja, um grupo de pessoas se unem por uma “causa” e lincham a outra sem direito a defesa. O grande problema disso é a seletividade dos julgadores.

Você pode e deve tomar uma atitude, mas pelo caminho correto. Hoje já existem delegacias especializadas para denunciar qualquer forma de preconceito, ameaça, agressões ou ofensas na rede. Assim como, você pode denunciar para a Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos de forma anônima.

A Central foi criada pela Safernet, uma associação que desde 2005 trabalha para promover a segurança digital do Brasil. Segundo o site “para realizar este trabalho, foi desenvolvido um sistema automatizado de gestão de denúncias, baseado em Software Livre, que permite ao internauta acompanhar, em tempo real, cada passo do andamento da denúncia”.

            É muito fácil denunciar o preconceito na internet

– Acesse https://new.safernet.org.br/denuncie

– Seleciona o tema que deseja denunciar

– Preenche com o URL do site

– Pode realizar um comentário sobre a denúncia

– Clique em Denunciar

*Porque isso é errado

Começamos o post dando 3 exemplos de preconceito disfarçados de “brincadeira”, agora vamos explicar porque isso é errado. Primeiramente, isso fomenta o discurso de ódio. Que é uma agressão verbal baseada na não aceitação das diferenças. Ou seja, intolerância.

É isso que acontece com um meme que usa a sexualidade de determinado grupo para ofender alguém. Isso acaba alimentando o preconceito com a comunidade LGBTQIA+, pois associa como algo ruim, negativo. Tal atitude leva a agressões a pessoas dessa comunidade.

Já o vídeo do “negão do WhatsApp”, com um membro sexual gigante, corrobora com a sexualização dos corpos negros. Isso atinge tanto homens quanto mulheres. Sobretudo, faz parte do racismo estrutural do nosso país que objetifica essas pessoas.

Da mesma forma, a exposição de partes dos corpos femininos é uma objetificação que contribui para a cultura do estupro. Isso ajuda a divulgar a ideia de que a mulher não é dona do seu corpo e só “serve” para o desejo sexual.

A Liquid condena qualquer forma de preconceito na internet. Bem como, convida a todos a pesquisar mais sobre os temas apresentados acima. Antes de compartilhar qualquer coisa, use o seu senso crítico.

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