A solução está nas políticas públicas, tecnologia e consciência da população

50 bilhões de reais e cerca de 45 mil famílias lamentando a perda de pessoas que amam, esse é o custo anual dos acidentes de trânsito no Brasil apontado pelo IPEA em 2014. Infelizmente, o país é o terceiro no ranking dos que mais matam no trânsito no mundo. A situação é tão dramática que já se tornou urgente falar de segurança viária.

Muitos estudiosos sobre mobilidade urbana acreditam que as mortes no trânsito não são acidentais, mas sim consequência de um sistema de planejamento falho que coloca a vida humana em risco. De fato, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, anualmente, 1,3 milhão de pessoas perdem a vida dessa forma, sendo as faixas etárias entre 6 e 29 anos as mais afetadas. Diante da gravidade do problema, a OMS desenvolveu o Plano Global – Década de Ação Pela Segurança no Trânsito 2021-2030, com o objetivo de reduzir em pelo menos 50% essas mortes.

O Plano convida governos a implementar a Abordagem de Sistemas Seguros Integrada. Na prática, essa abordagem reconhece que as pessoas, veículos e a infraestrutura viária devem interagir de forma que assegure um alto nível de segurança. E, principalmente, entende que o ser humano é passível de erros, assim, o planejamento urbano deve considerar essa variável.

Dentro dessa perspectiva, a Visão Zero, criada na Suíça em 1997, reforça que nenhuma morte no trânsito é aceitável e que é dever dos governos, empresas e sociedade trabalhar para eliminar esses riscos.

Soluções para um Trânsito Mais Seguro

Para reduzir as mortes no trânsito, é essencial adotar políticas públicas eficazes, investir em infraestrutura segura e promover mudanças no comportamento dos motoristas. A Abordagem de Sistemas Seguros Integrada propõe medidas como a readequação das vias, a implementação de limites de velocidade mais seguros e a fiscalização rigorosa do cumprimento das leis de trânsito.

Conheça algumas recomendações do Plano:

• Implementar tratamentos de infraestrutura que garantam conformidade lógica e intuitiva com o ambiente de velocidade desejada (por exemplo, 30 km/ h em centros urbanos; ≤ 80 km/ h em rodovias rurais simples; 100 km/ h em rodovias expressas).
• Exigir normas de segurança harmonizadas de alta qualidade para veículos motorizados novos e usados, cintos de segurança, sistemas de retenção para crianças e capacetes para motociclistas.
• Garantir que a infraestrutura viária leve em consideração as necessidades de todos os usuários da via e seja projetada para facilitar comportamentos seguros.

No Brasil, ainda há muito a ser feito para transformar essa realidade. Empresas como a Liquid Works, que desenvolvem soluções inovadoras para a mobilidade urbana, desempenham um papel fundamental nesse cenário. A busca por tecnologias que tornem o trânsito mais seguro, eficiente e sustentável deve ser uma prioridade para governos e iniciativa privada. A conscientização da população, aliada a investimentos em infraestrutura e políticas públicas baseadas em evidências, pode salvar milhares de vidas e tornar nossas ruas e rodovias mais seguras para todos.