Desde veículos autônomos até o uso de inteligência artificial, novidades que estão moldando o futuro da mobilidade nas cidades.
Quando se fala em mobilidade urbana, o transporte coletivo está no centro dessa equação. No entanto, ele está passando por uma revolução, impulsionado por avanços tecnológicos, preocupações ambientais e a busca por soluções mais eficientes para as cidades do futuro. Acredita-se que até 2030 veremos mudanças significativas que prometem transformar a maneira como nos deslocamos, tornando as viagens mais rápidas, acessíveis e sustentáveis.
Essas mudanças, intimamente ligadas com o uso de novas tecnologias, devem movimentar o mercado. Uma pesquisa do Oliver Wyman Forum estima que até 2030 o setor de mobilidade urbana cresça 75%. Assim, alcançando aproximadamente US$26,6 trilhões, o que representa cerca de um quinto da economia global.
Nos países mais desenvolvidos, aos poucos o carro particular está deixando de ser o meio mais utilizado. Inclusive, outro estudo, agora da Mobility Futures da Kantar, aponta que até 2030 a bike estará na liderança, seguido pela caminhada e o uso do transporte público.
A Liquid Works resolveu brincar de prever o futuro e reuniu 4 avanços que podem moldar o transporte coletivo até 2030. Todos eles já estão aí e podem ser facilmente implementados nos próximos cinco anos.
Veículos autônomos
Os veículos autônomos não são necessariamente uma novidade, mas, até 2030, eles devem estar mais presentes, inclusive nos transportes públicos. Recentemente, na CES 2025 (uma das maiores feiras de tecnologia do mundo) a startup May Mobility apresentou a sua solução para ônibus autônomo. Eles desenvolveram um sistema de tráfego desses veículos dentro de ambientes controlados. Atualmente, já está em funcionamento em campus universitários e comunidades fechadas, operados com minivans Toyota Sienna. A ideia da empresa é ampliar para atuar no trânsito urbano.
Na China já está em funcionamento o ART (sigla para Autonomous Rail Rapid Transit), um transporte autônomo e elétrico com características próprias. Ele é articulado, com vagões conectados, se assemelham aos bondes de piso baixo no formato e design, mas tem rodas de borracha iguais aos ônibus. O ART vem sendo chamado de “trem sem trilhos”, mas há controversas sobre o nome por possuir pneus.
Veículos elétricos voadores
Sabe aquela história de carros voadores? Pois ela pode acontecer, mas não como imaginamos. Os eVTOL (Electric Vertical Take-Off and Landing) são o mais perto que chegaremos disso. Na prática, são veículos elétricos que decolam e pousam na vertical, parecido com o helicóptero, mas de porte menor. É, basicamente, um táxi aéreo que transportará em torno de seis pessoas, em viagens curtas de até 20 minutos.
Nas Olimpíadas de Paris 2024 houve bastante discussão em torno do uso deles (leia mais). A principal seria em relação à sustentabilidade, atualmente ainda não são elétricos e consumiriam 30 vezes mais energia do que o metrô e emitiriam 45 vezes mais gases de efeito estufa. Mas, podem se tornar realidade, segundo um relatório da consultoria McKinsey & Company, até 2030, as grandes empresas de Mobilidade Aérea Avançada (AAM, em inglês) poderão ofertar mais voos nesta modalidade do que as maiores companhias aéreas.
Hyperloop
Se implementado, o Hyperloop será o trem mais rápido do mundo, podendo percorrer 1000 km/h em menos de 5 minutos. Esse meio de transporte trata-se de tubos vedados a vácuo parcial e veículos pressurizados sustentados por atração magnética na parte superior. O sistema de levitação chega a ser 8 vezes mais eficiente do que os trilhos do trem maglev. Além de encurtar longas distâncias, será totalmente elétrico.
Integração dos modais
Aqui não se trata de um novo meio de transporte, mas de fazer com que todos eles “se conversem” para tornar a mobilidade urbana mais fluída. Inclusive, isso já tem até um nome – Mobility as a Service (MaaS) e para o seu uso a tecnologia é fundamental.
A MaaS mudará o jeito que as pessoas acessam o transporte, por meio de aplicativos será possível ter acesso as diversas opções de modais em uma única plataforma. Será possível combinar meio de transporte como bicicleta compartilhada, ônibus ou serviço de caronas, tudo com um único pagamento.
Essas inovações podem ser apenas o começo de uma transformação profunda na forma como nos deslocamos pelas cidades. A integração entre tecnologia, sustentabilidade e acessibilidade será essencial para termos cidades mais inteligentes e conectadas.