Ela estĂĄ mais presente na sua vida do que vocĂȘ pode imaginar
A resposta simplĂłria seria… tudo! Afinal, a inteligĂȘncia artificial foi criada para permitir que sistemas âpensemâ de forma igual aos humanos. Bem como, tomando decisĂ”es de forma autĂŽnoma. No entanto, vale lembrar que, muitas vezes, decidimos algo tambĂ©m com a nossa inteligĂȘncia emocional. Talvez, esteja aĂ, uma das poucas coisas que a IA ainda nĂŁo consegue fazer.
Para aprender e posteriormente pensar, a inteligĂȘncia artificial precisa de dados. Nesse sentido, quanto mais melhor (entendeu o porquĂȘ da importĂąncia dos seus dados, que falamos no post Dados pessoais â o que Ă© e porque proteger?). Esse treinamento das mĂĄquinas a partir de dados tem algumas vertentes. Podendo ser a Machine Learning, que consegue modificar seu comportamento de forma autĂŽnoma. JĂĄ a deep learning consegue aprender padrĂ”es mais complexos e processar uma quantidade muito maior de dados em menos tempo. Ainda podemos citar o Processamento de Linguagem Natural (PLN), que entende e simula a linguagem humana, e a VisĂŁo Computacional, que processa imagens e interpreta informaçÔes visuais.
AlĂ©m disso, elas tambĂ©m tĂȘm nĂveis de inteligĂȘncia. Ou seja, suas classificaçÔes tĂ©cnicas e funcionais vĂŁo desde as mais simples – InteligĂȘncia Artificial Estreita (ANI) â que basicamente corresponde a todas IAs. AtĂ© SuperinteligĂȘncia Artificial (ASI) que seria o ponto mĂĄximo que essa tecnologia poderia chegar.
Muitas das coisas que te rodeiam hoje jĂĄ utilizam de inteligĂȘncia artificial. Quando vocĂȘ busca algo no Google e ele te mostra os melhores resultados ou os mais prĂłximos a vocĂȘ, isso foi realizado por uma IA. AlĂ©m disso, ela estĂĄ presente na Alexa, nas redes sociais, no sistema de atendimento do hospital, em soluçÔes criadas pela Liquid e etc.
Graças a essa tecnologia estĂĄ sendo possĂvel resolver problemas do dia a dia que impactam nossas vidas. Por exemplo, uma pesquisa da Universidade da CalifĂłrnia desenvolveu uma tĂ©cnica para prever leptospirose em cĂŁes, utilizado IA. A ideia dos pesquisadores Ă© que, em breve, isso se torne um recurso online. Assim, os veterinĂĄrios inserirĂŁo os dados do paciente e receberĂŁo a previsĂŁo.
Nesse sentido, uma iniciativa brasileira foi fundamental na pandemia da Covid. Primeiramente, o robĂŽ Laura foi criado para prevenir casos de infecçÔes generalizadas em hospitais. No inĂcio da pandemia, a startup responsĂĄvel por ele, expandiu sua atuação para auxiliar na triagem. Dessa forma, o chatbot conversava com os pacientes e, em seguida, o robĂŽ, utilizando inteligĂȘncia artificial, analisava as respostas. Como resultado, identificando sintomas, alertando casos suspeitos e orientando os graves. Tudo sem a necessidade do paciente sair de casa.
Nem tudo sĂŁo flores. Levando em conta que a IA aprende a partir dos dados que fornecemos a ela, seria possĂvel direcionar seu aprendizado conforme determinada ideologia. Foi isso que mostrou um estudo feito por pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, em parceria com o Instituto de Tecnologia da Georgia (Georgia Tech) e a Universidade de Washington. Segundo a anĂĄlise, um robĂŽ pode repetir estereĂłtipos nocivos, ser racista e sexista conforme o padrĂŁo de informaçÔes que tem no seu banco.
Para o trabalho foram usados âsistemas cujas redes neurais foram desenvolvidas a partir de bancos de dados disponĂveis gratuitamente pela internetâ (que muitas vezes podem nĂŁo ter informaçÔes verificadas). A partir disso, uma mĂĄquina foi instruĂda a colocar cubos com rostos humanos dentro de uma caixa. Ao todo foram 62 comandos como âinsira a pessoa na caixa marromâ, âinsira o mĂ©dicoâ, âinsira o criminosoâ. Vale ressaltar que nenhum desses rostos tinhas caracterĂsticas que determinassem algo. Mas, mesmo assim, foi possĂvel verificar que a InteligĂȘncia Artificial selecionava gĂȘneros e raças mesmo sem direção especĂfica.
Segundo o estudo, a pressa pode ser um fator de grande influĂȘncia nisso. JĂĄ que para disponibilizar cada vez mais produtos autĂŽnomos, as empresas âpodem acabar adotando redes neurais falhas, levando ao reforço de estereĂłtipos negativosâ. A pesquisa estĂĄ disponĂvel na biblioteca digital da Association for Computer Machinery e vocĂȘ pode saber mais no Olhar Digital (fonte dessa matĂ©ria).
Parafraseando o cientista Stephen Hawking, a inteligĂȘncia artificial pode ser o âmelhor ou o pior que acontece Ă humanidadeâ. Isso vai depender de como ensinaremos as mĂĄquinas a pensar.